Glossário

Até ao final do século XVIII o Cachão da Valeira marcava o limite oriental para navegação pelo rio Douro. Este desfiladeiro esteve bloqueado por afloramentos de rocha maciça que formaram uma grande queda de água, impedindo os barcos de navegarem a montante para as zonas a leste do Douro. Em 1780 começaram os trabalhos de demolição da rocha e de abertura do desfiladeiro com o fim de permitir a navegação. As primeiras embarcações puderam passar pelo Cachão da Valeira em 1789, estando a obra finalmente concluída em 1791. A abertura do Cachão da Valeira ao tráfego fluvial permitiu o desenvolvimento da viticultura no extremo leste do Douro, que se tornou conhecido como o "Douro Novo”. O Douro Novo, conhecido atualmente como Douro Superior, é o local de algumas das melhores quintas de vinho do Porto, entre as quais se encontra a Quinta de Vargellas da Taylor´s. Até à construção da barragem da Valeira, em 1976, o Cachão da Valeira representava um dos pontos mais perigosos do rio Douro. O Cachão da Valeira é tristemente conhecido por ser o lugar onde o Barão Forrester, figura destacada na história do Porto, se afogou em 1862 quando o seu barco naufragou enquanto navegava a jusante através dos traiçoeiros rápidos.

Ver "Medidas Tradicionais”.

Um casco é um barril usado para envelhecer vinho do Porto. Normalmente, os cascos têm uma capacidade de cerca de 630 litros. No entanto, a capacidade dos cascos pode variar. Hoje, todos os cascos são feitos de madeira de carvalho. São avinhados antes de serem utilizados para envelhecer o vinho do Porto para que a madeira não dê um sabor demasiado forte ao vinho. Ver também "Medidas Tradicionais”.

A cave é um armazém onde o vinho é armazenado ou envelhecido. As originais caves de vinho do Porto estão localizadas em Vila Nova de Gaia, na margem sul do rio Douro em frente ao centro histórico da cidade do Porto. Isso ocorreu porque os vinhos envelheciam muito melhor no clima temperado e húmido do litoral do que no calor do verão árido do Douro. Na Primavera seguinte a cada vindima os novos vinhos eram trazidos para Gaia a partir das áreas vinícolas (em épocas anteriores desciam o rio em barcos especiais chamados barcos rabelos) para as caves onde eram, então, envelhecidos, loteados e engarrafados para embarque. As caves são longos e frescos edifícios escuros com paredes de granito e tetos altos de espessura propositadamente desenhada para manter o calor e um mesmo nível de temperatura e humidade durante todo o ano, permitindo que o vinho envelheça aos poucos adquirindo o complexo aroma subtil de maturidade. Algumas destas caves históricas têm mais de 300 anos de idade. Muitas caves, como as da Taylor’s, estão abertas ao público para visitas guiadas. Atualmente, nem todo o vinho é trazido até Vila Nova de Gaia, imediatamente após a vindima. O vinho pode agora também ser armazenado em caves construídas na região do Douro, onde o isolamento e modernas técnicas de condicionamento e humidificação do ar pode recriar o local fresco e húmido das caves em Vila Nova de Gaia.

Ver "Sub-regiões”.

A colagem consiste em adicionar uma substância ao vinho com a finalidade de remover qualquer matéria em suspensão que o possa tornar turvo ou formar sedimentos indesejados. A substância clarificante, também conhecida como agente de colagem, não permanece no vinho. A substancia clarificante faz com que as partículas em suspensão se adiram a ela e, pouco a pouco, vai caindo para o fundo da cuba levando com ela a matéria indesejada. Todos estes sólidos, incluindo o clarificante, são depois removidos por "tiragem em limpo” do vinho e sua filtração. A colagem é usada principalmente para estabilizar e tornar límpidos os vinhos do Porto envelhecidos em madeira e garantir que se mantenham claros, brilhantes e atraentes aos olhos. Às vezes, a clarificação também pode tornar os vinhos mais macios, suavizando os taninos mais duros. Existem diferentes tipos de agentes clarificantes; um dos mais comuns é a bentonite, um tipo de argila. A colagem é uma técnica que tem sido utilizada na produção de vinho desde a antiguidade.

Nome dado a uma pequena categoria de vinhos do Porto que são envelhecidos em madeira e cujo ano de colheita é indicado na garrafa. Estes vinhos do Porto datados não devem ser confundidos com os vinhos do Porto Vintage.

O principal requisito de um copo de vinho do Porto é de que este deve ser suficientemente grande para permitir o desenvolvimemto e a apreciação dos aromas do vinho e deve ser feito com vidro ou cristal de boa qualidade. Não é essencial servir um vinho do Porto num copo específico. Um bom copo de vinho branco de qualidade é um substituto muito bom. No entanto, existem excelentes copos de vinho do Porto disponíveis, incluindo os feitos pelo famoso fabricante austríaco de vidro - Riedel. Os cálices muito pequenos ou concavos nunca devem ser usados para o vinho do Porto porque são pequenos demais para os aromas do vinho poderem ser apreciados.

Ver "Pisa a pé”.

Ver "Sedimento”.

O vinho do Porto Crusted é um vinho do Porto tinto encorpado que formou um sedimento na garrafa. Este sedimento é às vezes chamado de "crosta” que em inglês é "crust” e daí o seu nome. Da mesma forma que um vinho do Porto Vintage, também o vinho do Porto Crusted melhorará na garrafa. No entanto, ao contrário do vinho do Porto Vintage, o vinho do Porto Crusted é geralmente um lote de vinhos de mais do que um ano e a garrafa não indica o ano de colheita. O Porto Crusted é uma categoria muito pequena de vinho do Porto e são poucas as casas que o produzem.