2009 será lembrado como sendo um ano em que os rendimentos foram muito baixos. Isto deveu-se em parte à pequena quantidade de fruta produzida pelas vinhas e também ao efeito da temporada de maturação que foi muito seca. O abrolhamento deu-se na primeira semana de março. Todas as castas mostraram baixa fertilidade, embora a vegetação fosse saudável e vigorosa. O pintor (mudança de cor nas uvas) também ocorreu mais cedo do que o normal.
A temporada de maturação começou com tempo relativamente frio, que continuou assim ao longo de julho; porém, agosto foi intensamente quente. De julho até à vindima, em setembro, quase não se registaram chuvas. Estas condições quentes e áridas produziram mostos concentrados, ricos em cor, taninos e açúcar.
O ano produziu vinhos de grande escala, não muito diferentes dos icónicos vinhos do Porto vintage do século XX. São vinhos feitos para durar.
Preto, quase como tinta da china, com auréola púrpura. Nariz de grande pureza, abrindo numa nota vigorosa de fruta do bosque preta e concentrada, enlaçada com framboesa e ameixa. Em torno deste denso núcleo frutado, com a sua atraente vivacidade e mineralidade, há uma aura perfumada e complexa de flor de laranjeira e fragrâncias a ervas silvestres do tipo menta e alfazema. Suportado por um apertado envoltório de taninos densos e nervosos, a boca explode com sabor de fruta preta madura e concentrada, a qual surge no longo final, antes de ser tomada por um apertado abraço tânico. Um vinho que consegue combinar a estrutura maciça e o poder da fruta da vindima de 2009 com equilíbrio, elegância e refinamento.