Depois das nevadas registadas a 7 de janeiro, o inverno e a primavera de 1997 foram relativamente quentes e secos. Temperaturas mais elevadas do que o normal provocaram o aparecimento antecipado dos rebentos e a formação dos bagos em todas as vinhas foi muito boa.
O tempo durante a vindima foi extremamente quente e como resultado as temperaturas de fermentação foram altas, sendo necessário realizar um esforço extra para prolongar as fermentações. A elevada qualidade dos vinhos foi evidente desde o início, pela intensidade do mosto, a boa integração da aguardente e pelos poderosos e atrativos aromas.
A primeira impressão é a de penetrantes aromas de fruta preta e chocolate escuro rico e aveludado. Logo se seguem delicadas notas de ervas e tabaco. A complexidade e a variedade de sabores na boca são aparentemente intermináveis: rica compota de cereja e ameixa, amora madura e deliciosa, chocolate escuro amargo, perfume de caixa de charuto e especiarias, couro novo. E a textura e consistência do vinho é quase melaço, ou xarope de melaço; cobre a boca como uma luva de veludo. Um vinho com enorme força, magnífica profundidade, dimensão e estrutura. Enche completamente a boca e o final é maravilhosamente prolongado.