Paisagismo das Vinhas

Com o intuito de proporcionar uma superfície plana para na qual plantar as vinhas e permitir que estas se arraiguem às íngremes encostas, são usadas três técnicas de armação do terreno:

Socalcos tradicionais   

As vinhas mais antigas são plantadas em socalcos tradicionais suportados por muros de pedra.  Estes muros  foram construídos à mão nas íngremes encostas e depois preenchidos com terra trazida da margem do rio ou quebrando o leito da rocha.  A maioria dos socalcos são estreitos, muitas vezes tendo apenas uma ou duas linhas de videiras.  Estes socalcos históricos elevam-se pelas encostas rochosas como as escadarias das pirâmides, produto de séculos de trabalho árduo. Classificados como Património Mundial, os socalcos formam uma das mais dramáticas e inspiradoras paisagens vínicas do mundo. No final do século XX, o custo de construção destes muros era já proibitivo, não sendo construídos nos dias de hoje.

Patamares

Os patamares são modernos socalcos cortados nas encostas através do uso de equipamentos de terraplanagem. Não são suportados por muros mas sim separados por taludes altos em terra. Observados a uma certa distância ou desde o ar, assemelham-se a gigantescas linhas de contorno. Esta técnica de armação do terreno das vinhas generalizou-se na década de 1980, quando uma grande área das vinhas do Douro foi redesenhada, inclusive alguns dos mortórios, isto é, socalcos que jamais tinham sido replantados após a praga de filoxera da década de 1870. Se bem que a construção dos patamares é relativamente barata e rápida, no entanto, pode causar uma série de problemas ambientais se estes não forem devidamente construídos, nomeadamente a erosão do solo. Nas propriedades da Taylor’s estes têm vindo a ser substituídos, sempre que possível, quer pela vinha ao alto (vide infra) quer por um premiado modelo de vinha sustentável desenvolvido pela equipa de viticultura da empresa. Este modelo consiste em construir, com muita precisão, patamares de um único bardo que evitam o escoamento de água e que, ao permitir o acesso de máquinas, também evitam o uso de herbicidas.

Vinha ao alto ou plantação vertical

Nas zonas onde a inclinção o permite, os terraços podem ser substituídos por linhas verticais de vinhas que se elevam perpendicularmente na encosta. Esta é uma técnica que tem sido aperfeiçoada nos últimos anos e que é conhecida como vinha ao alto. Os avanços nas técnicas anti-erosão e de drenagem têm permitido que um número crescente de vinhas seja plantado desta forma. Atualmente, a vinha ao alto é a técnica adotada pela Taylor’s em encostas com inclinações até 30%. A vinha ao alto tem várias vantagens, incluindo uma melhor exposição da folhagem da videira.

Na região do Douro o leito da rocha nunca se encontra longe da superfície, muitas vezes sobressaindo dramaticamente do solo de forma espetacular e, por vezes através dos velhos muros dos socalcos. Um exemplo fascinante é a parcela conhecida por "Soldados” na Quinta de Vargellas da Taylor’s, onde grandes lajes de pedra inclinados  brotam do solo assemelhando-se às mãos gigantes de soldados a fazer continência. Por vezes, tem de ser usada dinamite para criar um ponto de apoio nas encostas rochosas ou para limpar afloramentos rochosos de grande envergadura. Em muitos lugares, as vinhas crescem em não mais de meio metro de solo e têm de avançar com as suas raízes através das fendas e fissuras existentes na rocha para chegar à água que corre na profundidade abaixo da superfície.

Na Taylor’s estamos empenhados em proteger o ambiente e o equilíbrio ecológico das nossas vinhas e da Região Demarcada do Douro.

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